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Todos os dez quartos foram pensados e planeados de forma a remeter o hóspede à vivência da época. As sub-temáticas são:  a Monarquia, os Descobrimentos e o Mar.

 

  • Na temática da Monarquia, temos sete quartos alusivos aos reis de maior relevo em Portugal: D. João V, D. José I, D. Maria I, D. João VI, D. Pedro IV, D. Maria II e D. Carlos I. Em cada um dos sete quartos é exibido mobiliário de época, referente ao reinado de cada monarca.

 

  • Na temática dos Descobrimentos, temos um quarto cuja decoração, inspirada em motivos orientais, alude ao Caminho Marítimo para a Índia.

 

  • Na temática do Mar, temos um quarto cuja decoração conta com diversos quadros de navios ao longo do tempo.

As especiarias foram desde sempre consideradas uma das mais valias das Índias. A Canela, o Gengibre, o Cravo, a Pimenta e o Açafrão eram produtos muito difíceis de obter e excecionalmente caros.

De acordo com a opinião de alguns historiadores, o plano de descoberta do caminho marítimo para a Índia é estabelecido pelo infante D. Henrique e concretizado mais de 80 anos depois, no reinado de D. Manuel I, O Venturoso.

Vasco da Gama parte a 8 de julho de 1497, da Praia do Restelo, Lisboa, com uma armada de quatro naus. Passou pelas Canárias e Cabo Verde, tendo-se depois aproximado da Serra Leoa. Dobrou o Cabo da Boa Esperança e chegou à Ilha de Moçambique, a Mombaça e Melinde. De Melinde partiu com um piloto árabe, que o levou a Calecute, onde chegou a 20 de maio de 1498, estabelecendo a ligação entre a Europa Ocidental e a Ásia, por via marítima.

Estava descoberto, o tão desejado, caminho marítimo para a Índia.

Todas as primaveras largavam de Lisboa, naus que deixavam na Índia guarnições em terra e regressavam no ano seguinte com especiarias e outras riquezas do Oriente.

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D. João V nasce no dia 22 de outubro de 1689, em Lisboa fruto do casamento de D. Pedro II e D. Maria Sofia de Neoburgo. Casou com D. Maria Ana de Áustria tendo reinado entre 1706 até à sua morte em 1750. Morreu em Lisboa e foi sepultado na Igreja de S. Vicente de Fora, em Lisboa.

O reinado de D. João V está ligado ao Ciclo de Ouro do Brasil, que coincidiu, com o período mais produtivo da sua exploração.

Além do ouro, descobriram-se diamantes e continuou a produção do açúcar, do tabaco, das peles, do gado e do Pau-brasil. A corte Portuguesa, até então bem modesta, tornou-se rica e faustosa.

Foi um grande edificador. De entre os seus testemunhos materiais destacam-se O Palácio Nacional de Mafra, a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra, o Aqueduto das Águas livres de Lisboa, a capela de S. João Baptista em S. Roque e a grande parte da Coleção do Museu Nacional dos Coches.

Por outro lado, a política externa mereceu grande atenção, por parte de D. João V, que procurou recuperar o prestígio internacional, perdido desde a domínio Filipino, sendo atribuído a Lisboa, um dos três patriarcados da Igreja do Ocidente, a par de Veneza e Jerusalém. Foi também no seu reinado que foram consolidadas as fronteiras do Brasil, através do Tratado de Utreque, em 1714, em que a França e a Espanha, reconheceram a soberania portuguesa sobre o Brasil.

D. José I, filho de D. João V e de D. Maria Ana da Áustria, nasceu a 6 junho 1714 em Lisboa. Casou com D. Mariana Vitória em 1729. Morreu a 24 de fevereiro de 1777 em Lisboa, encontrando-se sepultado na Igreja de S. Vicente de Fora em Lisboa.

Reinou entre os anos 1750 e 1777, sendo que estes anos foram marcado pela crise económica, resultante da elevada concorrência das potências coloniais e sobretudo da redução da exploração do Ouro Brasileiro.

Este reinado foi maioritariamente marcado pelas políticas centralizadoras do seu secretário de Estado, o Marquês de Pombal.

Reforçou o Absolutismo Monárquico defendido por D. João V, seu antecessor, através de medidas radicais contra aqueles que se opunham ao reforço do poder Régio. Expulsou e confiscou os bens aos Jesuítas e mandou prender e executar fidalgos, entre os quais, os Távora, acusados de tentativa de assassinato do Rei.

O seu reinado foi também marcado pelo grande terramoto de 1755, que destruiu grande parte cidade de Lisboa.

De entre variadas reformas D. José foi reedificou a cidade de Lisboa, de acordo com as mais modernas técnicas de construção da época, acabou com a escravatura em Portugal, continental, concedeu liberdade aos Índios do Brasil, acabou com a distinção entre Cristãos novos e cristãos velhos, tendo reformado o ensino, a administração e a economia.

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D. Maria I nasceu a 17 de Dezembro de 1760 fruto do casamento de D. José I com D. Mariana Vitoria de Espanha. Casou com D. Pedro III em 1760, tendo morrido a 20 de março de 1816 e sido sepultado no Rio de Janeiro.

Maria I, apelidada de "A Piedosa", foi Rainha de Portugal e Algarves, de 1777 até à sua morte e também Rainha do Brasil a partir do final de 1815.

O seu primeiro ato como rainha, iniciou um período que ficou conhecido como "A Viradeira". Demitiu e exilou o Marquês de Pombal, a quem nunca perdoou a forma brutal como tratou a família Távora, durante o processo dos Távoras.

Rainha amante da paz, dedicada a obras sociais, concedeu asilo a numerosos aristocratas franceses fugidos devido à Revolução Francesa.

O seu reinado foi de grande actividade legislativa, comercial e diplomática, na qual se pode destacar o tratado que assinou com a Prússia, em 1789. Desenvolveu a cultura e as ciências, com o envio de missões científicas a Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique e a fundação de várias instituições, entre elas a academia Real das Ciências de Lisboa e a Real Biblioteca Publica da Corte.

A 5 de Janeiro de 1785, promulgou um alvará impondo pesadas restrições à actividade industrial do Brasil.

D. João VI, filho de D. Maria I e de D. Pedro III, nasceu a 13 de maio de 1767 em Lisboa, tendo casado com D. Carlota Joaquina em 1785. Morreu a 10 de março de 1826 em Lisboa, encontrando-se sepultado na Igreja de S. Vicente de Fora em Lisboa

Em 1807, juntamente com a família régia, embarcou para o Brasil, na véspera da chegada das tropas napoleónicas a Lisboa. Sucede a D. Maria I, que morre em 1816, no Rio de Janeiro.

No Rio de Janeiro, declara a cidade, Capital do Império, abrindo-a ao comércio internacional e aí funda o Banco do Brasil.

Em 1820 deu-se a revolução liberal e o monarca regressou a Lisboa em 1821, onde jurou a Constituição Liberal.

Em 1822, por iniciativa de seu filho, D Pedro IV, foi proclamada a Independência do Brasil, adoptando este, o título de D. Pedro I, imperador do Brasil.

O Infante D. Miguel, seu filho, e defensor do Absolutismo, vai promover movimentos militares, como a Vila Francada, em maio de 1823, e a Abrilada, em Abril de 1824, no último do qual, foi derrotado e expatriado.

D. João VI faleceu em 1826, deixando o Governo entregue à regência da Infanta D. Isabel Maria, uma vez que, D. Pedro IV, Imperador do Brasil, se encontrava fora de Portugal.

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D. Pedro IV nasce em 1798 fruto do casamento de D. João VI e D. Carlota Joaquina. Casou com D. Maria Leopoldina em 1817 e mais tarde com D. Amélia de Beaucharmais. Reinou entre 1826 e 1828, tendo morrido em 1929 e sido sepultado no Rio de Janeiro.

D. Pedro lidera o movimento Independentista Brasileiro, confrontando as forças fiéis ao poder da Metrópole e a 7 de setembro de 1822, em S. Paulo, junto das margens do Rio Ipiranga, proclamou a independência do Brasil, bradando o famoso grito do Ipiranga, "Independência ou morte". No dia 1 de dezembro do mesmo ano, é proclamado Imperador e defensor perpétuo do Brasil.

Após a morte de D. João VI, em 1826, e em cumprimento das suas ordens, D. Isabel Maria, assume a Regência do reino e designa D. Pedro VI, Rei de Portugal.

D. Miguel torna-se senhor do Trono de Portugal (1828), faltando ao compromisso assumido com seu irmão, visto que D. Pedro IV, se encontrava-se no Brasil.

Em 1831, D. Pedro IV de Portugal, abdica da Coroa do Brasil, a favor de seu filho, D. Pedro II, Imperador do Brasil. Parte então para a Europa, com a sua Filha, D. Maria II, rainha em título, de forma a que D. Pedro lidere a causa Liberal.

Chega aos Açores em 1832, onde assume a regência, na qualidade de Duque de Bragança. Em junho, parte para o norte do país, vindo a desembarcar no Pampelido, a 8 de Julho e segue depois para o Porto, dando-se inicio a uma guerra civil, que se prolongaria até Maio, de 1834 (Convenção de Évora-Monte), quando D. Miguel é expulso do País e entra em vigor a Carta Constitucional.

D. Maria II nasce a 4 de abril de 1819 no Rio de Janeiro fruto do casamento de D. Pedro IV com D. Maria Leopoldina. Casou com Augusto de Lenchenberg em 1835 tendo este morrido dois meses depois do casamento, casou pela segunda vez com D. Fernando de Saxe Coburgo Gotha. Morreu a 15 de novembro de 1853 em Lisboa estando sepultada na igreja de S. Vicente de Fora em Lisboa.

Com 15 anos apenas, D. Maria II, tem a seu cargo um país com uma grave crise financeira resultante das Invasões Francesas e pela Guerra Civil.

Sucedem-se movimentos de revolução e contra-revolução: "Revolução de Setembro", "Belenzada", a "Revolta dos Marechais", aprovação da Constituição de 1838 e de 1842, onde se reporia a carta outorgada por D. Pedro e a "Maria da Fonte" que levaria a uma guerra civil, a " Patuleia".

D. Maria II governou num período particularmente difícil da História Portuguesa, momento da dolorosa passagem do absolutismo ao constitucionalismo.

O seu segundo marido, D. Fernando II, é o responsável pela construção do Parque e Palácio da Pena, expoente máximo do Romantismo do Sec. XIX.

Foi cognominada de" A Educadora" ou " A Boa Mãe" devido à aprimorada educação que dispensou aos seus muitos filhos e foi a única monarca a nascer fora das terras europeias.

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D. Carlos nasceu a 28 de setembro de 1863, fruto do casamento de D. Luís com D. Maria Pia de Saboia. Casou com D. Amélia de Orleães, tendo reinado entre 1889 e até ao seu homicídio em 1908, é sepultado na Igreja de S. Vicente de Fora em Lisboa.

Notabilizou-se nas negociações levadas a cabo com Espanha, França, Reino Unido e Alemanha, que permitiram manter os Territórios de Angola e Moçambique.

A sua sensibilidade artística e ambiental levou a notabilizar-se na pintura de temas naturais, na cartografia e na oceanografia, fundando o Aquário Vasco da Gama.

O seu reinado ficou marcado por eventos que fomentariam o espírito republicano e o descrédito crescente do regime monárquico.

A 1 de Fevereiro de 1908, chegava a Família Real Portuguesa a Lisboa, vinda de Vila Viçosa, quando se deu o regicídio, no qual morreram D. Carlos e o seu filho, D. Luís Filipe, o herdeiro do trono.

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